As sereias de Inhambane
17 fevereiro, 2005
Nós por cá todos bem
Olá minha querida filhota
Já tinha dado uma resposta mas como não percebo nada destas novas tecnologias...não sei o que aconteceu à mensagem!!!
vamos a ver se esta chega ao destino.
Ena ena ...nova blogista para competir com o Abruptos...gostei das tuas crónicas, sempre expressando os teus sentimentos tão belos. As saudades são imensas... apesar de estares em desvantagem por k ficaste sem o k tinhas!!!
Já sei k vistes os Avós e o farrusco, parece k estás ainda mais bonita...Os bichinhos estão bem...o Bolinhas sp a pedir rua...não é cão para viver muito tempo em casa.
Espero k o teu anjo te proteja sempre e k o teu sacrifício e trabalho sejam recompensados.
Hoje procurei saber de viagens...o mais barato são 900 Euros na TAP e depoisde 15 ede Abril...claro k pode haver algumas promoções ...para já!!
Quanto a custos de telefone o diferencial não é grande ...relativamente à Marconi.Por isso é podemos usar o fixo ao fim de semana e fim de tarde.
Muitos beijinhos e saudades...MUITAS
15 fevereiro, 2005
20.01.05, Quinta-feira: O dia seguinte
Trabalhar, trabalhar, trabalhar.
A anestesia continuava presente.
É uma sensação de perda completa não conseguir sentir absolutamente nada.
Não sentia sequer o calor intenso que fazia lá fora, no mundo que ainda recusava conhecer.
Medo. Por momentos senti muito medo ao acordar e pensar que talvez por um segundo ia odiar tudo o que era diferente do meu mundo pequeno, e que pequeno grande mundo que deixei para trás. O stress da diferença apoderava-se de mim, e a paranóia instalava-se… mosquitos, dores de barriga, malária… socorro, onde está a civilização?
Mas os sorrisos começavam a embalar minha alma e o receio “do dia seguinte” foi-se desvanecendo. A simpatia do povo que começava a descobrir envolvia-me.
Uma nova aventura estava reservada para o segundo dia maputense: a minha ida ao aeroporto para ir buscar o meu “excesso de bagagem”. Foram precisas duas horas para perceber que afinal que só iria chegar alguns dias depois. Então comecei a perceber porque tudo é lento neste país: não há futuro e não se vive o amanhã porque pode não haver amanhã e se houver então festeja-se...
No final do dia, um jantar de trabalho. Primeira saída à descoberta da cidade. De noite pouco se pode descobrir já que é uma cidade muito pouco iluminada e sair para passear a pé não é muito aconselhável. Foi um jantar simpático no restaurante Jacarandá. Primeiro sabor africano, Marisco com molho Namubi …..Mas que delícia!!!
19.01.2005, Quarta-feira: O Dia da Chegada
Uma anestesia completa.
Não há palavras para descrever a chegada a um país onde tudo é tão diferente.
Mas não são precisas muitas milhas para compreender que neste mundo todos somos diferentes. Talvez por isso me quis sentir ainda mais diferente de todos os que rodeavam a minha plena segurança. Partir na aventura de um mundo diferente, longe do aconchego do lar, do apoio incondicional e condicional ao nosso amor recíproco.
A chegada foi SURREAL.
Um calor mais intenso que uma fogueira. Um céu cinzento, simpático e grudento.
Tudo começou a ficar mais lento desde o momento que desci as escadas do avião. Pensei desfalecer por momentos.
Entrei na zona alfandegária. Pior sensação alguma vez vivida. Sentir que não somos bem-vindos num país que me pareceu à partida acolhedor e à chegada tão difícil. Questionei-me de imediato o que significava e o que deveria significar o Turismo que poderia dar muito mais a um país tão necessitado.
O cansaço tomava conta de todo o meu corpo e a minha alma permanecia encoberta pela névoa da saudade.
Ah… saudade. Desde o dia que soube da minha partida senti um aperto no peito, tão intenso que meus olhos cobriram-se de lágrimas. A alegria de partir e crescer no mundo e para o mundo não conseguia superar a saudade.
Ah… saudade. Palavra tão bela, poesia tão presente no nosso falar.
O percurso até ao hotel, a pobreza, os carros sucatados, o trânsito caótico, a simpatia e a timidez de alguém menor que não é menos que qualquer branco transporta no seu “chapa”. Sim, essa sensação de poder, de comando, existe! Sem conseguirmos compreender porquê.
Dormir, só me ocorria dormir. Mas cheguei ao sossego de um quarto de hotel e não conseguia deixar de pensar. Só me ocorria a tristeza que senti ao saber que o meu destino para os próximos meses seria Moçambique! Só queria fugir de tudo, e correr, correr até ao passado tão presente. Os rostos chorosos dos que me amam martelavam o meu pensamento perdido.
O dia terminou como começou… uma apatia completa.
novas tecnologias
hello maninha!
Isto de fazeres um blog... é muito "á frente"! Claro que a minha geração teve alguma dificuldade em aceder e perceber estas novas tecnologias...
Estava à espera era de ver algumas fotos, ou será que foi a minha falta de jeito para estas coisas?
bjs