25 abril, 2008

Xima, a minha gatinha africana

Por mais que eu tente racionalizar, por mais que tente encontrar paz no meu coração, mais raiva e revolta preenchem o meu espírito. Tenho saudades dela! A Xima era a alma da casa. A alegria que faltava para a preencher por completo. No seu escasso ano de vida conseguiu conquistar-me com as suas travessuras e a sua meiguice. Parecia a minha sombra. Não me largava um segundo, para onde eu ia, ela ia! Agora quando entro em casa, está tudo vazio e triste. Em cada canto vejo o seu corpinho frágil, branco e malhado, com o seu ar matreiro. Cada minuto que passa recordo mais uma brincadeira, uma corrida, um miar.

Hoje de manhã acordei e ela não estava lá, a morder-me os dedos dos pés, a lamber-me o nariz e a suplicar por comida. Hoje de manhã, a Isabel chegou e ninguém tropeçou nos meus pés para chegar primeiro à porta. Hoje de manhã, a Laurentina não teve com quem brincar e procurou por todos os cantos pela sua melhor amiga, sem sucesso. Faltava tão pouco para a levar comigo para Portugal e começar uma nova vida. Faltava tão pouco para poder levar o meu "lemur" de olhos estrábicos e de uma doçura extrema para um país onde os cuidados veterinários são mais avançados. Voltei a ser só eu e a Laurentina a enfrentar o mundo e eu continuo a perguntar-me: Porque razão a vida tem de ser tão cruel? Xima, minha doce gatinha africana, vais ficar para sempre no meu coração!