04 novembro, 2006
Viver no estrangeiro...
09 junho, 2006
O céu africano!!!
Não consigo encontrar palavras para descrever a sensação. O meu coração acelera quando vejo o sol deitar-se sobre a savana e nesse momento consigo sentir a importância das pequenas coisas na vida, perceber que tudo o que nos rodeia faz parte da pessoa que somos e na pessoa que nos tornamos. Somos tão pequeninos e tão gigantes…
Um dia Deus desceu dos céus e criou este lugar imenso e os céus perceberam que jamais seriam tão belos se Ele não tivesse criado África!
23 fevereiro, 2006
22 fevereiro, 2006
Livingstone!!!
Esta foi a viagem mais alucinante que fiz desde que aqui estou, em M
oçambique! Foi SURREAL! Partimos numa sexta-feira, em pleno verão tórrido de África, por volta da hora do almoço, numa avioneta pequenina que nos iria levar, numa viagem de 3 horas, até Lichinga. Três pacóvias de mochila às costas estavam prestes a partir numa aventura de morrer a rir…A viagem de avioneta como devem imaginar foi inesquecível. Tudo abanava e sacudia… e o calor
era imenso… Não se podia sequer tocar com o dedito nas janelas da avioneta! Uma paragem em Tete para vermos uma das maiores extensões de embondeiros do país e para sentirmos a “fornalha” que nos esperava para os próximos dias! Chegadas a Lichinga com uma aterragem quase a roçar as asas na pista minúscula, lá fomos nós tentar a sorte numa boleia até ao centro da cidade para daí seguirmos viagem para o Lago Niassa. Num passo de mágica já estávamos dentro de uma pick-up a caminho do local onde se apanhavam os “chapas” para Metangula. Mal chegamos estava um “chapa” prestes a sair… Ganda sorte, bacano!!! Naaada… Fomos dar uma volta ao bilhar grande e estávamos de volta ao mesmíssimo lugar e
aí ficamos umas 2 horas à espera que o chapa enche-se de gente para poder seguir caminho!!! E lá seguiu, com inúmeras paragens em todas as paróquias… Uma poeira desgraçada, uns solavancos valentes e um calor insuportável. Tudo isto durante 5 horas!!! E a Shelina sempre a dormir (como é possível…). Mas depois chegamos ao paraíso! Um lago enorme que parecia o oceano. Paisagens virgens, cores envolventes… Lindo, lindo, lindo de morrer! Encontramos o único lodge do local, mesmo em cima da praia. Muito simples mas agradável à primeira vista.

se num banho no tão falado lago. Assim foi, com cenas merecedoras de Óscares para a Shelina e moi même… a entrar com todos os não-me-toques e a sair a correr para fugir às bactérias!!! Basta… paciência tem limites!!! Vamos regressar hoje mesmo para Lichinga. E assim foi. Preparamos as mochilas e no pico do calor lá fomos nós numa caminhada pela aldeia até ao local da paragem dos chapas. Quando lá chegamos, a minha pele parecia frita, cheia de borbulhas e muito vermelha… Entramos em pânico: é a billarzia (só 2 semanas depois confirmei que a bactéria não queria nada comigo, graças a Deus)!!! Depois de mais 5 horas de viagem de regresso, lá estávamos nós todas sujas até às unhas dos pés, num hotel de 3 estrelas que para nós parecia mais um palácio encantado. Comemos que nem umas desalmadas e no final foram precisas 3 ensaboadelas para tirar todo o pó que repousava no nosso lombo! Dormimos, dormimos, dormimos… e no dia seguinte, para a despedida, andamos no mercado local a açambarcar todas as capulanas da zona. Depois lá fomos nós, a voar, uma vez mais na avioneta fantástica que partiu do aeroporto de Lichinga com 1 hora de AVANÇO e ainda com passageiros de pé a arrumar as mochilas e sem cintos apertados. Só mesmo em Moçambique para se viver e reviver memórias assim!!!
03 fevereiro, 2006
DEDICAÇÃO
19 janeiro, 2006
18 janeiro, 2006
Apresento-vos a Laurentina!
Não comecem já com os comentários do tipo:
- "mas que nome estranho, comprido... feio". Tudo tem uma explicação!
Como gata moçambicana, selvagem e nascida em Maputo, só podia ter este nome fantástico... Laurentina(o) não só significa pessoa proveniente de Lourenço Marques, como também é o nome da cerveja orgulhosamente moçambicana.
Esta moçoila, com o seu ar traquina, andava a vaguear nas ruas da cidade, mais precisamente na esplanada da pastelaria "Pérola de Maputo", a vender-se a todos por umas migalhas... Não resisti e trouxe-a para casa.
Agora já tem um lar e uma grande família... porque todos morrem de amores pelos seus frescos ares!!! E "por supesto", o orgulho da "mamã"... a minha companhia fiel, de todos os meus dias, nesta aventura chamada África!
Martinho da VIla
17 janeiro, 2006
O milagre
Numa manhã quente de Novembro, logo pela manhã, embarquei numa verdadeira aventura, daquelas que se sonha uma vida inteira e se vai rezando conseguir realizá-la!
Estava em Pemba, a trabalho, e tive a oportunidade de acompanhar os meus colegas da Fundação numa visita de campo. A viagem durou 3 horas. Os cenários inesquecíveis!
Depois, a alegria das pessoas na inauguração de um poço de água, o aprumo da recepção, a motivação e a vontade, o sentido de dever cumprido… e as crianças, sempre as crianças!!!
Saber que participo, mesmo que indirectamente (porque escolhi os números!), numa organização que se dedica a ajudar, a incentivar, a melhorar… a dar a possibilidade de escolha na vida de tanta gente que precisa não ser esquecida!!! Sinto-me feliz e realizada. Sinto que finalmente faço alguma coisa pela humanidade!
Durante a inauguração, contaram-se histórias. Todos tiveram direito a falar. As mulheres agradeciam o poço porque já não iriam correr o risco de ser atacadas por hienas ou crocodilos a caminho do rio. Os homens agradeciam poder usufruir mais da companhia das suas mulheres. E as crianças sorriam porque tinham água, ali mesmo ao pé, para matar a sede!
Depois um merecido almoço.
De tarde fomos visitar os postos de saúde das várias aldeias. Num desses postos tinha nascido, durante a madrugada, um bebé com apenas 1kg de peso. Obviamente esta criança estava em risco e a sua mãe também. Tínhamos de fazer alguma coisa. Pusemos um colchão na parte de trás da carrinha e, mãe e filha, foram a caminho do hospital da cidade. Durante a viagem paramos algumas vezes para molhar os lábios do bebé com água açucarada e foi espantoso ver uma coisinha tão pequenina lutar pela própria vida!
Foi um milagre termos feito a visita nesse preciso dia. Uma criança lutou durante horas, sem se alimentar mas resistiu! Hoje chamam-lhe minha afilhada para não me esquecer dela… mas acho que esquecer-me deste episódio vai ser difícil!
Saudade...
07 janeiro, 2006
Regresso a Maputo
Depois de uma viagem bastante irritante de 10 horas dentro de um avião, eis que aterro no Aeroporto Internacional de Maputo, que de internacional não tem praticamente nada.
Na minha primeira chegada a este lindo país tive a mesma impressão que a segunda, a terceira... e provavlemente terei sempre que aqui chegar: a polícia alfandegária não tem o mínimo de escrúpulos e nenhuma noção de hospitalidade e simpatia. Desta vez resolveram implicar com a minha gata e foi preciso a intervenção de um amigo advogado para sanar o acontecido!
Depois o calor, já não me lembrava deste ar quente e grudento... que bom!
Cheguei a casa, finalmente. E tinha um presente na cozinha: um saco cheio de molho preto e muitas larvas à mistura... bãh!!! Limpei, limpei, limpei... Quando terminei e quis tomar um merecido banho, não havia água porque estavam a arranjar uma conduta... fantástico. O que mais iria acontecer neste meu regresso?
Fui ao frigorífico buscar um sumo bem fresquinho e pimba... uma cabeçada na porta. O galo cantou nessa noite!
Como se não bastasse, o ar condicionado do avião e a diferença de temperatura trouxe-me uma gripe valente que me pôs de cama 2 dias.
Isto promete!!!







